Segundo o denunciante a quem denominamos de "Recruta Zero - o mesmo prefere não se identificar por medo de retaliações e teve de nossa parte o compromisso de mantermos resguardada a fonte sob "sigilo profissional" -, o CFAP, não tinha estrutura suficiente para o curso e as instalações existentes foram reformadas pelos próprios alunos.
"De acordo com o diário oficial de 05/07/10 o curso teria duração de 4 meses, logo terminaria em 05/11/2010, porém mais uma vez para aumentar nosso sofrimento não foi isso que ocorreu. Após muitas reclamações o curso veio se findar no dia 30/11/10", diz "Recruta Zero".
"Quando achávamos que finalmente iríamos ser nomeados e voltar para casa, ou para o local onde fizemos o curso, fomos "solicitados" pelo Estado para reforçar o policiamento de fim de ano na Capital,como voluntários em troca de R$ 402,00 como salário mensal. Para mostrar para sociedade que está proporcionando segurança à população o Estado está nos obrigando a trabalhar com uma escala de serviço de domingo a domingo, sem folga, durante todo o horário comercial", afirma "Zero", lembrando que a Rua Grande nunca esteve tão guarnecida.
"Onde antes não se percebia nenhum tipo de segurança hoje a cada quadra e possível observar patrulhas com no mínimo três “policiais”(ex alunos do cfsd), na realidade civis de farda em regime de trabalho escravo em pleno século XXI" , completou.
O mais grave segundo o Recruta Zero é que os ex-alunos estão sem vinculo algum com o estado, porque o curso legalmente já acabou. "Se fosse tão simples melhorar a segurança poderia pegar qualquer pessoa que passasse na rua colocar uma farda nela e mandar ela tirar o policiamento, por que é quase isso que acontece com a gente, nós não temos vinculo algum com Estado, não somos alunos do curso de formação e nem soldados. O comandante geral avisou que o curso tinha sido prorrogado, para que nos pudéssemos estar empregados nesse trabalho, coisa que nunca aconteceu, que para isso acontecer teria que ter sido divulgado no diário oficial essa prorrogação", diz o denunciante.
Noutro trecho da carta Zero afirma que os alunos bombeiros que estão na mesma situação dos praças estão em casa aguardando sua nomeação. "Isso é que é o certo, mas nós estamos aqui, trabalhando de forma irregular, ilegal e irresponsável, tudo isso para a governadora, o secretário de segurança e o comandante geral estarem fazendo seu nome".dispara o "Recruta Zero".
"Hoje estamos longe de nossas casas gastando muito para nos manter em uma capital onde o custo de vida é muito alto, com despesa de aluguel e outros. Quando estávamos totalmente regulares no curso passávamos de 3 meses sem receber uma bolsa no valor de R$ 402,00, imagine agora que estamos totalmente irregulares . Será que vamos receber algum dia essa bolsa?", questiona Zero, informando que o salário já está atrasado a dois meses.
"O que eles alegavam para que não saisse a nomeação era o período eleitoral, mas isso não e verídico pois de acordo com a lei nº 9.504 de 30 de setembro de 1997 em seu art. 73 alinea “c e d”, que fala que a nomeação pode ser feita quando o concurso for homologado ate 5 meses antes das eleições e nosso concurso foi homologado em 2007.
"Eles esquecem que esse “soldado” tem família, tem filhos para sustentar. Além de tudo os ex- alunos são coagidos com o regimento militar caso não queiram aceitar tudo que lhes é imposto", finaliza.
“ Zero” garante que essas distorções são do conhecimento do comandante geral da PM. "Isso e muito mais já foi enviado pra o comandante geral várias vezes e nada e feito".
Fonte : Blog do Josué Moura
